Saturday, May 27, 2006
Para quê?

São as coisas inúteis que ficam,
que atravessam o tempo
como a luz que rompe a escuridão.
Para quê procurar utilidade na vida, na morte?
Ser inútil é ser eterno
inútil
do Lat. inutile
adj. 2 gén.,
não útil, improfícuo;
desnecessário;
escusado;
sem préstimo;
frustrado, baldado;
incapaz, inábil.
Ontem, em conversa com Bernard Jeunet, um ser caminhante, amante de cinema e leitor (e só depois, só muito depois, artista, diz ele) falava-se das dores de criar. E alguém perguntou o porquê de tanto sofrimento, qual a utilidade disso tudo. Então criar não é sempre um acto de exultante alegria? Incapaz de responder, ouvi em silêncio, a resposta do artista: um sorriso triste e solitário.
Pensei no conceito de utilidade, na sua utilidade.
do Lat. utile
adj. 2 gén.,
que serve para alguma coisa;
que pode ter algum uso ou serventia;
proveitoso;
vantajoso;
prestável;
determinado por lei de trabalho (dia);
s. m.,
utilidade;
aquilo que é útil.
adj. 2 gén.,
que serve para alguma coisa;
que pode ter algum uso ou serventia;
proveitoso;
vantajoso;
prestável;
determinado por lei de trabalho (dia);
s. m.,
utilidade;
aquilo que é útil.
Qual é a utilidade do útil?Para que serve uma coisa que serve para alguma coisa? Para que serve um animal que nos esmaga com o seu afecto? Para que serve uma pessoa que se recusa a servir para alguma coisa? Mas é, porém, no universo das vantagens e dos lucros, que o inútil é cotado ao preço mais alto. Paradoxal? Não. Simplesmente inútil....
Dei por mim a dizer que é o inútil que fica, que atravessa os tempos como um luz que rompe a escuridão.